Combate às fake news: governo Lula não irá privatizar terras indígenas

28 de janeiro de 2025

Ministério dos Povos Indígenas aponta que protocolo de intenções firmado com empresa Ambipar no Fórum Econômico Mundial fortalece direitos dos povos indígenas e não implica em concessão de terras

Nesta segunda-feira (27), o governo federal, por meio do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), desmentiu boatos sobre transferência de terras indígenas à iniciativa privada. Método bolsonarista de sempre, as fake news começaram a circular pela rede social “X” com mensagens que apontam suposta “privatização das terras indígenas”.

Na verdade, o acordo firmado com a empresa Ambipar durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, é apenas um protocolo de intenções e não implica em concessão ou privatização de terras. Mas a turma que presta continência à bandeira de outro país e diz amar governo estrangeiro, fala de um suposto “crime contra a soberania do país”.

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República esclareceu que o MPI implementa com rigor as garantias constitucionais que tornam essas terras inalienáveis e indisponíveis, e seus direitos imprescritíveis.

Em nota, a SECOM ressalta que “o protocolo busca apoiar a gestão ambiental e territorial de terras indígenas, sem alterar a titularidade dessas áreas. O acordo está em conformidade com a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), que reconhece e fortalece as práticas já realizadas pelos povos indígenas”.

Protocolo do MPI com Ambipar
O instrumento firmado entre o governo federal e a Ambipar não implica em transferência de verbas públicas ou responsabilidades estatais e muito menos configura concessão de terras indígenas. “A iniciativa busca fortalecer direitos dos povos indígenas, sem afetar a titularidade das terras e respeitando a consulta prévia, conforme previsto pela legislação nacional e internacional”, reitera o comunicado.

O acordo tem como objetivo fortalecer a infraestrutura para o combate a incêndios, aprimorar a gestão e destinação de resíduos, expandir o monitoramento das terras indígenas e facilitar o acesso a insumos essenciais demandados pelos povos indígenas, divulgou a Ambipar.

São iniciativas cujo objetivo, com o protocolo firmado, é fortalecer a gestão territorial indígena em consonância com a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) e compromissos internacionais, como a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, disse o documento.

PNGATI: compromisso
Ao contrário do que insinuam algumas das fake News que circulam, a parceria estabelecida não requer licitação ou outra forma de concorrência. A medida está alinhada com a PNGATI, conforme Decreto nº 7.747/2012, elaborado com ampla participação dos povos indígenas.

Instituída em 2012, no então governo Dilma Rousseff, a PNGATI visa garantir e promover a proteção, recuperação, conservação e uso sustentável dos recursos naturais de terras indígenas, assegurar e a qualidade de vida sem interferir na autonomia sociocultural das comunidades.

A PNGATI reconhece e apoia as práticas de gestão ambiental e territorial conduzidas pelos povos indígenas. Suas diretrizes incluem:

· Garantia do direito à consulta prévia: conforme previsto na Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), promulgada pelo Decreto nº 5.051, de 19 de abril de 2004;

· Reconhecimento dos direitos relativos a serviços ambientais com ações de proteção, conservação, recuperação e uso sustentável realizados pelos povos indígenas em seus territórios.

O Protocolo de Intenções estabelecido entre MPI e Ambipar tem como foco compromissos e iniciativas para qualificar e fortalecer os territórios indígenas, com ações como:

– Projetos de conservação e recuperação ambiental;

– Promoção da economia circular;

– Gestão, destinação e disposição de resíduos sólidos;

– Suporte técnico para prevenção e respostas a eventos extremos, como incêndios e enchentes;

– Reflorestamento de áreas desmatadas e desenvolvimento de projetos de bioeconomia e serviços ecossistêmicos.

“O presente protocolo assim como outras iniciativas, conforme cada comunidade decidir, busca qualifica-las e fortalece-las; reflete o compromisso do governo federal, especialmente do Ministério dos Povos Indígenas, em ampliar parcerias para a promoção dos direitos dos povos indígenas no Brasil”, conclui a nota da Secom.

Da Redação, com Secom
FONTE: PT
FOTO: Fernando Frazão/Agência Brasil

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