Brasil pode crescer 4% ao ano no futuro próximo

Fonte: Revista Fórum
Foto: Mateus Bonomi/AGIF/Folhapress
Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello comemora crescimento sustentável da economia brasileira
O Brasil vive um dos melhores momentos do ponto de vista do desempenho da economia com o maior estoque de empregos de qualidade de todos os tempos, aumento da massa de rendimentos, crescimento do Produto Interno Bruto, o PIB.
O Novo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego, registrou no final de maio a ocupação de mais de 48 milhões de vagas com carteira assinada. No mesmo período, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, identificou recorde de empregos formais e a menor taxa de desemprego da sua série histórica, de 6,6% para o trimestre fevereiro-abril.
A pesquisa apurou também que a massa de rendimentos recebidos pela população ocupada encostou em R$ 350 bilhões no período. Isso, segundo o IBGE, devido à estabilidade do nível da ocupação e à melhora dos empregos com carteira de trabalho assinada nos setores privado e público.
Logo em seguida, o instituto informou ainda que o PIB, soma de todos e bens e serviços do País, cresceu 1,4% entre janeiro e março deste ano. A atividade econômica gerou R$ 3 trilhões no trimestre e, em 12 meses, a economia brasileira acumulou crescimento de 3,5%, segunda maior taxa do mundo. Uma “surpresa” para o chamado “mercado” e seus porta-vozes nos meios de comunicação.
Mas não para o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello. Segundo o economista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Brasil vive esse momento histórico para a criação de empregos, melhora na renda e na atividade econômica porque inverteu a lógica que vinha sendo imposta à economia nos anos anteriores ao início do terceiro governo Lula. “Isso não é ‘voo de galinha’, é crescimento sustentável”, diz Mello, já que o novo ritmo está estabelecido há dois anos e meio, e sob outras convicções.
“No passado, a regra era fazer ajuste fiscal gerando recessão, cortando direitos, gerando desemprego. Reduzindo os gastos e resolvendo problema fiscal com deterioração social. Não é o que o governo Lula está fazendo. O governo Lula está combinando crescimento econômico, nível recorde de emprego e renda, aumento do crédito e ajuste fiscal ao mesmo tempo”, define o secretário.
Para o economista, o Brasil deve caminhar nos próximos anos para qualificar a formação profissional dos jovens e prepará-los para o mercado de trabalho do futuro. Desse modo, o Governo Federal até incluiu os investimentos em ensino técnico como condicionantes para a renegociação de dívidas dos estados. Além de criar o programa Pé de Meia para acabar com a evasão escolar no ensino médio. E também de propor reformas estruturais que vão do sistema tributário à formulação de novas políticas para a indústria e a transição ecológica.
Com o avanço das reformas e desse conjunto de inovações, o Brasil pavimenta o caminho para uma nova era de mais crescimento com sustentabilidade, promoção de justiça tributária e criação de bons empregos e distribuição de renda. O Brasil vai sair de novo do mapa da fome da ONU entre 2025 e 2026, acredita Guilherme Mello. Que explica o porquê de tudo nisso na entrevista a seguir.
Secretário, a gente teve na semana passada o anúncio de dois indicadores que são diferentes entre si – o Caged, que mede estoque de empregos, e a Pnad, que é uma pesquisa por amostragem. Mas ambos constataram um recorde no estoque de emprego formal, que é de melhor qualidade para o empregado e proporciona arrecadação para o Estado. Eu gostaria que o senhor comentasse de que forma a equipe econômica avalia o alcance desses resultados.
Olha, nós vivemos um bom momento. Estamos com as menores taxas de desemprego da história do Brasil. Além disso, estamos no maior nível de massa salarial. O rendimento do trabalho também está em níveis recordes. Também começamos a ver um processo muito importante de aumento da formalização do trabalho.
Esse processo ajuda não só do ponto de vista da sustentabilidade da Seguridade Social, mas também do ponto de vista da qualidade do mercado de trabalho, de uma melhor remuneração. Então, nós temos dados muito positivos.
Até os chamados “nem-nem”, aquelas pessoas jovens que nem estão trabalhando, nem estão estudando, estão também nas mínimas históricas.
Isso é reflexo de uma economia que cresce de maneira sustentável. A economia brasileira há mais de dois anos cresce acima das projeções do mercado. E não é “voo de galinha”. É um crescimento sustentado, porque está acontecendo há anos.
Em 2023, a gente cresceu 3,2%, o mercado esperava 0,8%. Em 2024, o mercado esperava 1,5%, e nós crescemos 3,4%. Agora, em 2025, é muito provável que a gente cresça acima de 2,5% ou algo próximo a isso.
Mas isso é bom? Porque, pelo noticiário, parece ruim (risos). Tem gente que afirma que o Brasil “não tem fôlego para crescer mais”, “isso pode causar inflação”, “taxa de juros elevada por mais tempo”…
Nessa discussão, nós, economistas, usamos algumas métricas para saber o quanto um país pode crescer sem pressionar a inflação nem a estabilidade. O Brasil, quando o presidente Lula assumiu, estava bastante abaixo do seu potencial. Ou seja, vinha crescendo pouco. Então, havia muito espaço para crescer mais rapidamente e alcançar o seu potencial. Foi o que aconteceu.
Ao final do ano passado, segundo várias métricas, tanto nossas do Ministério da Fazenda quanto do Banco Central, o Brasil se aproximou do seu nível potencial. E agora o Brasil vai continuar crescendo entre 2,5% e 3%, que é uma taxa maior, muito maior, do que aquela verificada na última década, sem gerar desequilíbrios.
Portanto, o cenário atual é o seguinte: nós recuperamos o tempo perdido. É um processo de reconstrução. Tanto que o mercado de trabalho está no seu melhor momento da história, os níveis de investimento estão subindo e se aproximando de 18% do PIB. Tanto que estamos no menor nível da história do Brasil de pobreza e miséria. E devemos sair do mapa da fome novamente até 2026. E também estamos no menor nível de desigualdade social, medido pelo índice de Gini. Então, os números mostram que o Brasil recuperou o seu potencial.
E agora nós poderemos crescer ainda mais no futuro, com as reformas que estamos implementando e com a nova estratégia de desenvolvimento, como o Nova Indústria Brasil, ou o programa de transformação ecológica. Então, existem analistas e até instituições internacionais que falam que se nós completarmos esse processo de reformas que começamos agora o potencial de crescimento do Brasil pode chegar a 4% ao ano no futuro próximo.
Leia a íntegra da entrevista aqui.
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