E o faço também em razão do respeito por sua competência no exercício jornalístico, além dos fatos que têm o Sr. Temístocles de Castro e Silva como pivô da controvérsia que me traz aqui. Afinal, como respeitar alguém que tem feito da pregação odiosa à democracia e do escárnio aos mais básicos direitos fundamentais a razão de sua presença midiática? Não são de hoje as manifestações contra a sua conduta, inadequada à postura profissional e até aos bons modos.

Aliás, o episódio na Rádio O POVO, mencionado por Adísia, é emblemático da descompostura com que o Sr. Temístocles usualmente age. O ataque por ele desferido à honra do Presidente Lula, ao acusá-lo de patrocinar ”compra de deputados” é insultuosa à biografia de alguém que – ao contrário do seu difamador – pautou-se pela defesa de valores e compromissos sociais e políticos generosos. Pois enquanto alguns se deleitavam nas facilidades do poder autocrático, com sua corte de escândalos, abusos e iniqüidades – herança que ainda nos infelicita – o presidente Lula já dedicava o melhor de suas energias a tornar o Brasil mais justo.

Daí a indignação com que reagi aos insultos do ”jornalista”, declarando que daria conhecimento ao presidente das pesadas acusações que lhe eram imputadas; as quais, entendo, devem merecer o devido reparo judicial. Até porque vivemos – certamente a contragosto de muitos – em um Estado Democrático, onde as agressões aos bens morais se resolvem por intermédio do Direito, e não como dantes, por meio da tortura e da eliminação física dos dissidentes. Pena que a repulsa de alguns se dirija aos excessos justificados de quem se indigna contra condutas vis, e não contra quem viola ruidosamente os valores da democracia e da ética. Espero que a história nos livre dos possíveis efeitos que podem advir da tolerância com os intolerantes!