Investigados na CPI da Covid são citados no esquema de fraude no INSS

14 de maio de 2025

Investigação aponta elo entre dois operadores do escândalo das vacinas, relatado na CPI da Covid durante o governo Bolsonaro e o esquema de fraudes bilionárias no INSS – que também teve início na gestão do ex-presidente

A corrupção correu solta no governo de Jair Bolsonaro. Nesta terça-feira (13) o jornalista Octávio Guedes, da Globonews, revelou nomes de dois operadores do escândalo das vacinas, apurados em 2021 na CPI da Covid, flagrados nas fraudes do INSS. O esquema bilionário de descontos indevidos de aposentadorias, que começou em 2019, foi descoberto, apurado e revelado recentemente pelo governo Lula.

“Não é uma fraude cometida por amadores”, disparou o comentarista da Globonews ao citar os nomes de Maurício Camisotti e Danilo Trento. “Camisotti foi considerado pelos investigadores da Polícia Federal (PF) como peça-chave no escândalo do roubo das retiradas” e foi também “personagem central da negociação de vacinas superfaturadas da Índia, a Covaxin”, detalhou Guedes.

O presidente do PT, senador Humberto Costa, reforçou que o governo Lula não apenas apurou como estruturou a desarticulação da quadrilha que expoliava lucros num total de R$ 6,3 bilhões.

“Novas revelações expõem elo entre investigados por fraude no INSS e esquema de corrupção na corrupção de vacinas denunciadas pela CPI da Covid. Após apuração, o governo Lula desarticulou o golpe que operava no INSS desde 2019”, assinalou Costa em seu perfil na rede social X junto com trecho do comentário do jornalista Octávio Guedes na GloboNews.

Novas revelações expõem elo entre investigados por fraude no INSS e esquema de corrupção na compra de vacinas denunciado pela CPI da Covid. Após apuração, o governo Lula desarticulou o golpe que operou no INSS desde 2019. pic.twitter.com/KdZEjX5ogW

— Humberto Costa (@senadorhumberto) 12 de maio de 2025

Dever responsabilizar os bandidos, diz Messias

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, repostou publicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, que mencionou que o desmonte do INSS e da Dataprev não foi acaso e sim um projeto consciente.

“Precisamos falar com seriedade sobre o desmantelamento da rede de proteção social elevada pelo governo anterior. Isso, sim, não tem explicação!”, asseverou Messias, ao assinalar o compromisso do governo Lula no combate à corrupção e à proteção de quem a pratica.

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“Benefícios represados, atendimento precarizado, estruturas sucateadas. Tudo isso comprometeu o papel essencial do Estado. O governo do presidente está reconstruindo o INSS, combatendo as fraudes, investindo em tecnologia, servidores e atendimento digno. Cuidar das pessoas é prioridade e responsabilizar os bandidos, uma obrigação!”, exaltou.

Precisamos falar com seriedade sobre o desmantelamento da rede de proteção social elevada pelo governo anterior. Isso, sim, não tem explicação!

O desmonte do INSS e da Dataprev não foi acaso nem descoberto: foi um projeto consciente que atingiu diretamente os mais pobres e…

—Jorge Messias (@jorgemessiasagu) 10 de maio de 2025

Conexão de fraudes

Na matéria “Nomes de investigados na CPI da Covid são relatados em fraude de R$ 6,3 bilhões do INSS”, Guedes cita que ambos já foram investigados por tentativa de venda de vacina superfaturada durante a pandemia e ressurgiram na fraude do INSS.

“A negociação com as vacinas da Índia não deu certo e eles partiram para lesar aposentados e pensionistas. Essa é a nossa principal hipótese. Precisamos aprofundar as investigações”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), na matéria do site G1. Randolfe foi autor do pedido que originou a CPI da Covid.

De acordo com a PF, Camisotti seria o sócio oculto da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), uma das entidades suspeitas de fraudes, com transações de R$ 178 milhões entre 2019 e 2024. Na CPI da Covid, Camisotti aparece como financiador oculto da Precisa Medicamentos, que negociava com a Índia a compra de vacinas com valor superfaturado.

A Covaxin foi a vacina mais cara do governo Bolsonaro, negociada por R$ 80,70, valor quatro vezes maior que o demais. “Contudo, os valores não chegaram a ser desembolsados”, diz a matéria do G1, que informou também que Camisotti foi apontado como responsável por uma transferência de R$ 18 milhões à Precisa Medicamentos.

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“A empresa era representante no Brasil do laboratório indiano Bharat Biotech para compra de 20 milhões de doses da Covaxin. Em junho de 2021, após pressão da CPI, o governo Bolsonaro suspendeu o contrato com a Precisa por compromissos de irregularidades e suposta corrupção”, publicou Octávio Guedes.

Ações simultâneas de corrupção

“O mais estarrecedor para o pesquisador da PF é que os movimentos de Camisotti na direção ao INSS e ao Ministério da Saúde foram simultâneos”, revelou o jornalista, ao lembrar que a CPI da Covid aconteceu de abril a outubro de 2021 e que em agosto do mesmo ano, “com a comissão em pleno funcionamento, portanto, a Ambec assinou um acordo de cooperação técnica com o INSS”, pelo qual a entidade pôde descontar mensalidades diretamente na folha de pagamento de pagamentos e pensionistas.

Danilo Trento, por sua vez, foi à Índia comprar vacina superfaturada, fato comprovado pela CPI da Covid em 2021. Ele foi apontado como integrante de uma “organização criminosa que tinha por objetivo a prática do crime previsto no art. 337-L do Código Penal (fraude em licitação ou contrato)”, diz a matéria.

Em relação às fraudes no INSS, as investigações apontaram que Trento aparece em imagens da câmera de segurança de áreas restritas do aeroporto de Congonhas, locais que ele não poderia circular, mas foi acompanhado pelo agente da PF Philipe Roters Coutinho e pelo ex-procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira Filho.

“Segundo as investigações, Trento atuou junto ao ex-procurador no esquema que pode ter causado prejuízos de mais de R$ 6 bilhões a aposentados e pensionistas. Philipe é acusado de fazer escolta da dupla para facilitar o trânsito dos envolvidos quando circulavam com dinheiro da propina”, relatou Octávio Guedes em sua coluna no G1.

Da Redação , com informações do G1

Fonte: PT
Foto: Rafa Neddemeyer/Agência Brasil – Site do PT

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