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30 de novembro de 2020

A juventude no processo de disputa eleitoral.

As eleições 2020 aconteceram em meio a um momento delicado e importante da história. É preciso perceber a conjuntura em que estamos para fazer com qualidade uma leitura minimamente precisa deste período. A vitória de Alberto Fernández e Cristina Kirchner na Argentina ainda em 2019, a chegada do Movimento ao Socialismo a presidência da Bolívia, a derrota de Donald Trump nos Estados Unidos e outros fatos não isolados, ocorridos recentemente, fazem com que forças progressistas e seus correligionários sigam com mais ânimo na luta diária.

No Brasil, o descaso do desgoverno com a população diante da pandemia, possibilitou o surgimento de diálogos amplos e mais precisos, utilizando ferramentas sociais gratuitas de vídeos-conferência e transmissões em tempo real. Ficar em casa, usar máscara e álcool em gel e manter distância, nos fez olhar com mais profundidade para as desigualdades e erradicações que não aconteceram. Lives e campanhas solidárias surgiram em todo o país para suprir as necessidades diárias de muitas famílias. A Renda Básica volta ao topo discussão, resultando na criação e aprovação do Auxílio Emergencial e da Lei Aldir Blanc (Lei 13.982 de 2 de abril de 2020 e Lei 14.017 de 29 de junho de 2020, respectivamente).

No Ceará, a condução do Governo do Estado diante das adversidades, na contramão da política adotada pelo Presidente, criou um cenário favorável para a eleição e reeleição de quadros políticos importantes em todas as regiões cearenses. O Partido dos Trabalhadores apresentou com muita responsabilidade, o Plano de reconstrução e transformação do Brasil através de candidaturas as prefeituras e as casas legislativas municipais. Um destaque importante e necessário é a inserção da juventude nesse processo. Dos 18 prefeitos eleitos, 4 são jovens, além de 5 vices e 53 vereadores. As juventudes rompem o discurso e fazem acontecer na prática o modo petista de disputar.

No interior, onde além do conservadorismo é preciso disputar contra acordos financeiros e as velhas oligarquias locais, o espaço determinado aos mais novos é o de ativista, entregadores de panfletos, agitadores de bandeiras, em torno de candidaturas que não conseguem minimamente dialogar com a própria juventude. Nesse meio, surgem ousados projetos coletivos tendo jovens como principais atores e lideres políticos, vencendo o velho discurso e ocupando o espaço de disputa eleitoral com atuação nas ruas e principalmente nas redes sociais.

Os eleitos e eleitas, que irão governar e legislar no próximo período precisam analisar essas eleições e perceber que a transição geracional da política toma uma maior proporção, tendo agora mandatos reais como reforço e inspiração. Governar e legislar para a juventude é dialogar de maneira horizontal com a diversidade de cada cidade, observando à importante e precisa atuação política dos que por muito tempo foram deixados a margem da construção real dos planos municipais de gestão e vivências.

Hélcio Santos Presidente do PT Iracema, Estudante de História, Secretário Estadual de Formação Política da JPT Ceará.

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