Tenho orgulho de ser petista e ajudarei o partido a se recuperar, diz presidente

Tenho orgulho de ser petista e ajudarei o partido a se recuperar, diz presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (7) – durante entrevista às rádios Band AM, BandNews FM, CBN e Jovem Pan – que o PT vai recuperar sua credibilidade e que ele estará ao lado do partido em sua reconstrução.
“Existe uma história neste país que o PT não poderia ter entrado. O PT nasceu para combater isso. Quem fez isso cometeu um erro abominável contra a história do PT. Agora, vai amargar muitos anos para recuperar a sua história política e sua credibilidade. Eu estarei do lado do PT tentando contribuir para que isso aconteça”, disse, ressaltando que tem orgulho de ser petista.
Lula explicou que se sentiu traído quando foram divulgadas as denúncias de uso de caixa dois porque, segundo ele ressaltou, essa é uma prática combatida pelo partido.
“O PT não precisava dessa prática política até porque não é o dinheiro que faz uma pessoa ganhar as eleições”, disse. “Só para se ter uma idéia, dos dois aviões em que eu fiz a campanha de 1989, um caiu em Juiz de Fora e outro caiu na Bolívia, porque eram aviões que estavam já no final de vida. E eu tive 47% dos votos”.
Para Lula, a sociedade deve cobrar do partido para que ele volte a ser exemplo de comportamento ético no cenário político. “Não somos infalíveis. Cometemos erros e, quando cometemos erros, nós temos que pagar e pagar forte. A sociedade brasileira precisa nos cobrar sistematicamente, de forma implacável, para que a gente seja uma referência ética neste país”.
Para o presidente Lula, as irregularidades na política só serão superadas com uma reforma política e eleitoral. “Estou convencido de que a prática política de caixa dois – ou de mais eleitores do que gente na população das cidades – só acabará quando houver uma mudança na legislação eleitoral, com partidos mais fortes e fidelidade partidária”, defendeu.
José Dirceu
O presidente voltou a afirmar que, até agora, não existem provas contra o ex-deputado José Dirceu. “Quando você mancha o nome de uma pessoa, você não reconstrói mais”, afirmou. “Eu defendo que haja apuração, investigação. Mas sou contra a pena de morte na vida política e na vida normal”.
Lula também afirmou que, caso concorra à reeleição, Dirceu poderá subir em seu palanque. “Eu levaria (Dirceu) para o palanque, até porque ele foi cassado e não foi provado nada contra ele”.
Dirceu perdeu seu mandato no dia 30 de novembro. O processo disciplinar movido na Câmara dos Deputados, a partir de representação do PTB, acusava o ex-ministro da Casa Civil de ser o coordenador de um esquema de pagamento irregular a deputados para que votassem a favor de projetos de interesse do governo, o chamado “mensalão”.
Nem a participação de Dirceu nem a existência do suposto esquema foram comprovados pelo Conselho de Ética ou pelas CPMIs dos Correios e da Compra de Votos.
Resultados favoráveis
Lula voltou a defender a atual política econômica, que até agora tem dado resultados favoráveis. “Você não pensa que o Palocci quer juros mais baixos? É lógico que quer. Você não pensa que o Meirelles quer juros mais baixos? É lógico que quer. Você não pensa que eu quero? Eu quero.” Ele caracterizou como “loucura” o rompante de baixar os juros de uma vez, porque corre-se o risco de a inflação aumentar no mês seguinte.
Lula também defendeu a manutenção da meta de superávit primário (a economia que o país faz para o pagamento dos juros da dívida) em 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB). O presidente afirmou que as mudanças na política econômica não serão decididas em função das eleições de 2006.
“A eleição não me fará tomar nenhuma medida que possa passar para os olhos de milhões e milhões de brasileiros que estão nos ouvindo [a impressão] de que nós vamos fazer uma aventura por conta da eleição.”
Ansiedade econômica
Lula criticou a ansiedade em relação aos rumos da economia. Segundo ele, é preciso entender que existe um período de maturação para que as coisas aconteçam. O presidente garantiu que o governo vai seguir o lema do “devagar e sempre” e não haverá pacotes mágicos. Lula voltou a dizer que o país vive um período de crescimento com inflação baixa, ao mesmo tempo em aumentam as exportações e importações.
Para o presidente, a taxa de câmbio vai encontrar o equilíbrio. “Ela vai encontrar um ponto de ajuste. Nós somos vítimas das nossas próprias exportações, nós temos muitos dólares entrando”, disse.
Duas políticas econômicas
Lula rebateu a idéia de que o governo estaria dividido em relação à política econômica. “Não está dividido porque não tem duas políticas econômicas; não está dividido porque não tem dois comandos; não está dividido porque nós aceitamos a democracia como um fator importante para o debate.”
Ao ser questionado sobre divergências internas, o presidente voltou a dizer que nenhum ministro deve se pronunciar sobre assuntos que ainda não foram decididos no governo.
“Eu chamei a atenção do ministro Paulo Bernardo (do Planejamento, Orçamento e Gestão), quando ele falou de uma política de ajuste fiscal de longo prazo antes de se transformar em política de governo”.
O presidente acrescentou que, internamente, todos têm o direito de dizer o que bem entenderem. “Quando eu estava no sindicato (dos Metalúrgicos) em São Bernardo, muitas vezes trancava a sala e falava: “Vocês querem brigar, briguem aqui dentro. Na hora de abrir a porta temos que ter um único pensamento, uma única voz””, disse.
Dez milhões
O presidente afirmou que nunca prometeu criar 10 milhões de empregos, lembrando que, no programa de campanha do PT, esse número aparecia como uma necessidade, não como uma promessa.
“Em nenhum momento nós afirmávamos que íamos criar. Nós afirmávamos que era necessário, que o Brasil precisava de 10 milhões de empregos e colocávamos as condições pelas quais o Brasil poderia criar 10 milhões de empregos”, explicou.
Lula ressaltou que seu governo tem gerado em média 108 mil empregos formais por mês, 12 vezes mais que o governo anterior. “Ficou demonstrado que é plenamente possível criar muito mais emprego no país”, disse.
O presidente chamou os anos 80 de “década perdida” e os anos 90 de “década estagnada”. “Nós fizemos nesses 35 meses infinitamente muito mais do que foi feito em todos os outros governos, do ponto de vista da geração de emprego”, ressaltou.
Segundo ele, o aumento do número de empregos foi provocado não apenas pelo crescimento da economia, como também pela promoção de uma forte distribuição de renda, pela política de crédito e microcrédito e de fortalecimento da agricultura familiar.
O presidente acrescentou que a política de crédito consignado disponibilizou R$ 29 bilhões no mercado para “as pessoas poderem consumir mais ou saldar suas dívidas anteriores”.
Oposição
A pressão exercida pela oposição é uma postura natural, segundo o presidente. De acordo com ele, o papel dos opositores é criticar o governo, e o PT precisa aprender a lidar com essa pressão.
“Nós remamos para frente, eles remam para trás. Esse é o jogo. O PT fez isso e o PT não tem que se queixar”, disse.
Ciclo virtuoso
O presidente afirmou ainda que é preciso criar um “ciclo virtuoso” na economia para possibilitar o crescimento do trabalho formal.
“Esse ciclo virtuoso de crescimento vai gerar mais emprego, vai distribuir a renda necessária e vai melhorar as condições de vida da população brasileira. Eu acho que nós vamos gerar muito mais emprego no ano que vem”, garantiu.
Lula disse que é preciso repetir nas cidades o desempenho no meio rural provocado pelo programa de agricultura familiar. “O que nós fizemos na agricultura familiar foi uma pequena revolução”, avaliou.
As iniciativas para redução dos impostos serão mantidas em 2006, segundo o presidente. “A tendência natural é nós irmos na caminhada da redução de mais impostos para que a gente possa dar maior dinamismo à possibilidade de investimento no Brasil, para que a gente dê maior dinamismo aos pagadores”, disse.
De acordo com o presidente, a meta é beneficiar principalmente as pessoas que já pagam impostos. “Aqueles que pagam começam a se sentir frustrados porque pagam direitinho e, quando chega um ano, vem o governo e faz um Refis [modelo de refinanciamento de dívidas tributárias] para beneficiar quem não pagou. Quatro anos depois, aparece outro engraçadinho faz uma proposta de outro Refis, ou seja, está sempre negociando para os que não pagaram em detrimento das pessoas justas que pagaram durante todo o tempo os seus impostos”, afirmou.
A redução de impostos, na avaliação de Lula, gera maior arrecadação e diminui a sonegação. “Nossa tese é sempre a seguinte: se o imposto for alto você vai receber de menos gente, se o imposto for mais barato você corre o gostoso risco de receber de todo mundo”, explicou.
Lula lembrou que, no início de seu governo, foi apresentado um projeto de reforma tributária que já foi aprovado parcialmente. “Pela primeira vez na história do Brasil recente, as indústrias brasileiras estão tendo mais lucros que os bancos. E, portanto, o imposto de renda aumentou muito por conta dos lucros das empresas”, afirmou.
Entre as medidas já adotadas, o presidente citou também a aprovação da chamada MP do Bem, que reduziu a carga tributária para diversos setores; a edição da MP que reduz o imposto sobre produtos da cesta básica; e a lei que acabou com a cumulatividade da Cofins (Contribuição para Finaciamento da Seguridade Social).
O presidente ressaltou que a diminuição na arrecadação é uma tendência contrária do que costuma ocorrer em anos eleitorais.
“Eu estou remando contra isso. Exatamente em 2006 é que deveriam abrir as comportas para arrecadar mais e gastar mais”, afirmou. Lula destacou que a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que limita ainda mais a carga tributária para 2006 é o “dado mais sério” desse compromisso do governo.
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