Quitação de dívida com FMI se baseou em fatos econômicos sólidos, diz Palocci

11 de janeiro de 2006 Quitação de dívida com FMI se baseou em fatos econômicos sólidos, diz Palocci

O pagamento de US$ 15 bilhões foi feito em dezembro, sobre uma dívida contraída em 2002, durante a campanha eleitoral. O pré-pagamento deverá resultar em uma economia de US$ 900 milhões que seriam gastos com juros, caso fosse cumprido o cronograma original do empréstimo, que venceria em 2007.

Em cerimônia de formalização do pré-pagamento, hoje, no Palácio do Planalto, Palocci assegurou que a quitação antecipada dos recursos pendentes com o fundo “foi uma decisão madura, baseada nos resultados que foram alcançados com muito esforço pela nossa sociedade e muita perseverança na adoção e manutenção de políticas econômicas responsáveis”.

O ciclo recente de programas do Brasil com o FMI se iniciou em 1998. Palocci lembrou que, naquela época, o país recorreu ao fundo para “atravessar um momento econômico delicado”. O ministro enfatizou que o suporte financeiro do FMI e de outros organismos internacionais foi importante para ajudar o país a atravessar a crise cambial de janeiro de 1999.

O diálogo com o FMI, sobre as economias brasileira e internacional, também foi importante na avaliação do ministro. “A partir daquele momento o Brasil percorreu uma longa trajetória de aprimoramento de suas políticas econômicas, com política cambial adequada, fortalecimento da política fiscal e adoção do regime de metas de inflação”, afirmou, destacando que em 2006, pela primeira vez desde a implantação do regime de metas, a expectativa de inflação coincide com a meta, de 4,5%.

Palocci mencionou os indicadores recentes da economia que permitiram a quitação da dívida, com ênfase para o saldo comercial recorde de 2005 – de US$ 44,8 bilhões –, impulsionado pelo crescimento de 23% nas exportações. Também citou a recomposição de reservas internacionais líquidas de US$ 16,3 bilhões no final de 2002 para US$ 53,8 bilhões no final de 2005. “Com isto, a dívida externa líquida do governo caiu de 14,3% para 4,1% do PIB entre dezembro de 2002 e setembro de 2005.”

O ministro enfatizou, no entanto, que a quitação da dívida com o FMI não significa mudança nos rumos econômicos. Segundo Palocci, o governo está empenhado em aumentar o volume e melhorar a qualidade dos investimentos em infra-estrutura e em tornar o ambiente de negócios no Brasil mais atrativo, com a simplificação da estrutura tributária.

Ele destacou ser preciso reduzir os custos da intermediação financeira no país e também citou a necessidade de dar perspectiva de longo prazo ao processo de consolidação fiscal, diminuindo as fontes de rigidez do orçamento, controlando as despesas primárias correntes e revendo os mecanismos de despesas obrigatórias. “Isso permitirá que os recursos de que dispomos sejam, cada vez mais, direcionados com eficiência para prioridades como programas sociais e para projetos de melhoramento e ampliação de nossa infra-estrutura”, disse.

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