Lula: “Não farei o jogo rasteiro da oposição”

19 de dezembro de 2005 Lula: “Não farei o jogo rasteiro da oposição”

No lançamento da pedra fundamental da Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, em Ipojuca (PE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar dia 16/12 a onda de denuncismo contra seu governo e afirmou que a imprensa brasileira age de maneira semelhante a da Venezuela – que é aliada da direita, faz oposição raivosa ao presidente Hugo Chávez e chegou a participar de um golpe de Estado contra ele, em 2002.

O discurso foi feito ao lado de Chávez, que participou do lançamento, já que seu país é parceiro no projeto.

“Estamos vivendo no Brasil algo semelhante. Estamos vivendo um momento em que as pessoas não têm preocupação em saber se é verdade ou não a denúncia. Primeiro, se publica para depois não ter nenhuma responsabilidade em apurar. Uma denúncia que não tem apuração, prova, mas que vai marcando a alma de cada pessoa atacada. E muitas vezes não se tem a grandeza de pedir desculpas quando se reconhece que estava errado”, ressaltou.

Sobre a possibilidade de ser ou não candidato no ano que vem, Lula voltou a afirmar que não tomará decisões precipitadas. “Vai ter um momento em que eu vou decidir e quero que vocês saibam que o dia que eu decidir, se for para ser candidato, é para ganhar as eleições”, disse.

E aproveitou para atacar a oposição: “Não farei o jogo rasteiro de meus adversários, não jogarei pequeno, não baixarei o nível da campanha política.”

Lula relembrou a trajetória dos presidentes Juscelino Kubitschek, que foi perseguido, e Getúlio Vargas, que foi odiado por parte da elite brasileira. Ele disse que o tempo tratará de recolocar cada coisa em seu lugar. “Como haverá o dia do juízo final para cada um de nós, haverá o dia em que a verdade ira prevalecer”.

No final, Lula recebeu o apoio de Chávez. Em sua fala, o presidente venezuelano declarou solidariedade ao brasileiro, desejando-lhe “força e coragem” para enfrentar a direita no ano que vem. Disse ainda que os dois estão acostumados a serem atacados e a contra-atacar.

Investimento
A Refinaria Abreu e Lima será construída pela Petrobras e pela estatal venezuelana de petróleo PDVSA a partir de 2007. Os investimentos devem chegar a US$ 2,5 bilhões, divididos igualmente entre as duas empresas.

A refinaria entrará em operação em 2011 e terá capacidade para processar até 200 mil barris de petróleo por dia e derivados do óleo como nafta, gasolina, óleo diesel, querosene de avião e gás de cozinha.

A idéia é abastecer os mercados do Norte e Nordeste do Brasil com derivados de petróleo, principalmente óleo diesel, para reduzir as exportações desses produtos.

A refinaria recebeu o nome de Abreu e Lima em homenagem ao general pernambucano que lutou com Simon Bolívar pela independência de países latino-americanos como a Venezuela.

Com informações das agências Brasil e Reuters.

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