Lula diz que investimentos livram o país de sofrer apagões até 2010

16 de novembro de 2005 Lula diz que investimentos livram o país de sofrer apagões até 2010

“Com os projetos que estamos fazendo e com o que já foi feito, nós estamos garantidos pelo menos até 2009, 2010”, disse Lula em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente.

Ao falar da importância da oferta de energia para o desenvolvimento do país, o presidente criticou o “desleixo” dos governantes que não investiram no setor em 2001, ano em que o país sofreu uma crise no fornecimento de energia.

“Nós tivemos de pagar duas vezes: pagamos porque não usamos a energia e depois pagamos porque tivemos de garantir o lucro das empresas”. O apagão em diversos Estados em 2001 levou ao racionamento de energia nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, fato que não ocorria desde 1965.

Segundo o presidente, se naquela época houvesse mais linhas de transmissão no país, a falta de energia não teria ocorrido em algumas cidades.

Elas interligam os vários sistema de produção de energia no país, explicou Lula. “Tínhamos em 2001 um excesso de chuvas e, portanto, de água nas represas do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina. Como não tinha linha de transmissão para trazer energia de lá para cá, nós não pudemos produzir no Sul o excesso de energia que poderia resolver o problema de São Paulo, de Minas Gerais ou do Rio de Janeiro”.

Por isso, destacou o presidente, o governo direcionou recursos para a construção dessas linhas de transmissão. Na semana passada, o presidente Lula inaugurou em Assis (SP) a linha de transmissão de energia Londrina-Assis-Araraquara, que tem 364,5 quilômetros de extensão e 525 mil volts de tensão.

No atual governo, já foram construídos cerca de 9,6 mil quilômetros de linhas de transmissão em todo o país. “Isso representa um aumento de 13%, com investimentos de R$ 5 bilhões”, afirmou.

Atrair investimentos
Lula disse que investir no setor elétrico é a melhor forma de garantir ao país novos investimentos. Segundo ele, desenvolver a infra-estrutura é importante para atrair empresários estrangeiros. “Se tiver energia, ele vem. Se não tiver energia, ele não vem, vai para outro país. Portanto, nós precisamos garantir a energia”.

Com o objetivo de ampliar os investimentos no setor elétrico, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Guido Mantega, anunciou na semana passada a criação de um novo programa de financiamento para construção de usinas de geração de energia e linhas de transmissão no país.

As novas regras de financiamento, estruturadas pelo BNDES e pelo Ministério de Minas e Energia, já estarão disponíveis para as empresas que vencerem o leilão de linhas de transmissão de energia previsto para o próximo dia 17 e as licitações de “energia nova”, em 16 de dezembro, quando as empresas disputarão contratos para fornecer eletricidade a partir de 2009.

Tanto empresas privadas quanto públicas do setor elétrico poderão participar dos próximos leilões, garantiu o presidente no programa de rádio.

“Quem oferecer menor preço e a melhor qualidade ganha o leilão, pode ser empresa privada, pode ser empresa pública. O que nós queremos é qualidade e energia”.

O presidente afirmou ainda que os investimentos realizados no setor garantem que não haverá crise no fornecimento de energia, o chamado “apagão”, até 2010. Segundo Lula, o apagão de 2001 será apenas um “fato histórico que não voltará nunca mais”.

O governo quer construir, nos próximos anos, em parceria com o setor privado, cerca de três mil quilômetros de linhas de transmissão de energia no país, com investimentos da ordem de R$ 3 bilhões. Além dessas linhas, já estão em construção 15 hidrelétricas.

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