HIV e racismo

2 de dezembro de 2005 HIV e racismo

Este ano o Ministério da Saúde lança como campanha do Dia Mundial da AIDS a questão do racismo como vulnerabilidade à epidemia. Mas atenção: segundo o MS é importante ressaltar que cientificamente não há nenhuma relação entre raça e risco biológico de infecção pelo HIV. São outras as condições que concorrem para esta vulnerabilidade, como o racismo, a situação social, econômica e cultural desfavoráveis.

As últimas pesquisas do IBGE nos dizem que a população negra brasileira continua mais pobre que a branca, morre mais cedo, tem escolaridade mais baixa e menor acesso a serviços de saúde.

O governo está certo. O primeiro passo para enfrentar de modo eficaz a epidemia é reconhecer os diferentes níveis de vulnerabilidade que expõem ao HIV os segmentos mais discriminados da sociedade. Vulnerabilidade é um conceito que diz respeito às dimensões sociais, político-institucionais e comportamentais, associadas às diferentes suscetibilidades de indivíduos, grupos populacionais e até mesmo nações à infecção pelo HIV e suas conseqüências, de modo que se possa visualizar a abrangência da epidemia.

E por falar em vulnerabilidades, é necessário que o MS lance um olhar mais atento aos fatores como gênero, raça/etnia e pobreza, que concorrem para expor cada vez mais as mulheres negras ao risco de contrair o vírus, uma vez que são vitimas da tríplice discriminação: o fato de ser mulher, o ser negra e a pobreza. Acrescente-se o fato de que a mulher negra vivencia simultaneamente graus extremos de violência decorrente do sexismo, do racismo e dos preconceitos de classe social. Recente pesquisa publicada no jornal O Povo demonstrou que as mulheres negras são alvo mais fácil do desemprego, baixa escolaridade e dos mais baixos salários.

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