Edinho Silva, Romênio Pereira, Rui Falcão e Valter Pomar responderam perguntas e destacaram planos de suas candidaturas

Fonte: PT
Foto: Roberto Stuckert Filho

Os quatro candidatos a presidente do Partido dos Trabalhadores apresentaram suas propostas em um debate que foi realizado na sede do partido, em Brasília, na noite desta segunda-feira (02). Edinho Silva (nº 180), Romênio Pereira (nº 150), Rui Falcão (nº 130) e Valter Pomar (nº 120) responderam questionamentos sobre suas ações caso sejam eleitos e levaram até os militantes suas pretensões em relação a gestão, alinhamento com o governo Lula e ações para combater a extrema direita e defender a reeleição do presidente Lula nas eleições de 2026.

A mediação do primeiro debate entre os candidatos à presidência do PT foi feita pela secretária Nacional de Finanças e Planejamento, Gleide Andrade. O evento foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do PT, pela Rádio PT e pela TvPT. Todos os candidatos contaram com as mesmas condições para participar do debate e tiveram tempos iguais para responder os questionamentos e apresentar suas ideias. O primeiro turno de votação do Processo de Eleição Direta (PED) ocorre no dia 6 de julho, em todo o país.

O debate foi dividido em três blocos, sendo que no primeiro bloco, cada candidato teve 10 minutos para apresentar sua proposta. No segundo bloco, foram feitas perguntas. No terceiro bloco, cada candidato teve 5 minutos para fazer suas considerações finais. A ordem das falas foi definida por meio de sorteio.

O presidente do PT, senador Humberto Costa, destacou que o PED deste ano é de extrema importância, em razão da proximidade das eleições gerais do país, que ocorrem no ano que vem. “O presidente Lula tem feito uma administração completamente sintonizada com o nosso projeto político para o país. Tem cumprido todos os compromissos de maneira integral que foram assumidos durante a campanha. Este processo de renovação da direção do PT é extremamente especial, pois estamos na antevéspera das eleições do ano que vem”, disse.

“É um momento em que o partido se mobiliza, procura se organizar, debater as grandes teses da conjuntura nacional, mas também daquilo que vamos apresentar como proposição das eleições do ano que vem, onde temos a certeza que teremos mais uma vez o presidente Lula como candidato do nosso partido”, completou Humberto Costa.

Propostas

Durante o debate, os candidatos apresentaram suas visões sobre a gestão do maior partido de esquerda da América Latina e destacaram suas ações, caso conquistem os votos da maioria da militância. Sorteado para falar primeiro, Romênio Pereira ressaltou a importância de ouvir a base e escutar os movimentos sociais.

“Nosso partido, mais que nunca, precisa reafirmar sua autonomia. Devemos apoiar o governo, mas também ter a coragem quando necessário, de discordar e ajudar a corrigir rumos”, afirmou. “Esse é o papel de um partido forte, comprometido e capaz de tomar decisões com competência e responsabilidade. E para isso, precisamos organizar nossas militâncias e reforçar nossas bases no país. Um PT forte é um PT que se conecta com o povo e escuta os movimentos sociais, as comunidades, os trabalhadores e trabalhadoras. Vamos construir um partido que leva em conta as vozes da nossa base. Para guiar cada passo do nosso projeto de reconstrução nacional. Assumir a presidência nacional do PT é mais que uma missão política, é o exercício do compromisso com a história, com os valores do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras”, disse.

O candidato Valter Pomar afirmou que no dia 6 de julho os filiados vão decidir não só a presidência do PT, mas também qual partido querem para os próximos anos. “No dia 6 de julho, os filiados ao PT vão decidir quem vai dirigir o partido até 2029. Mas essencialmente vão decidir qual partido vai existir até 2029. Vai ser um partido vitorioso, ou vai ser um partido derrotado. Vai ser um partido que defende o socialismo ou que se adaptou ao neoliberalismo? Um partido que faz alianças para implementar o programa ou faz alianças que bloqueiam a implementação do programa? É um partido das lutas sociais ou é um partido prisioneiro da institucionalidade? Nós vamos ter um partido com instâncias controladas pela base ou vamos ter instâncias tuteladas pelos parlamentares? Vai ser um partido dirigido por homens velhos e brancos como nós que estamos aqui ou partido dirigido por jovens mulheres, negros e negras. É isso, a depender da decisão que se tome no dia 6 de julho, é isso que estaremos decidindo. Hoje o Brasil é um país capitalista, desigual e com uma democracia muito relativa e um país subdesenvolvido”, afirmou.

O candidato Rui Falcão falou sobre sua trajetória política e apontou que o próximo presidente do PT deve conduzir a legenda para combater o bolsonarismo e a direita neoliberal. “Eu tenho muito orgulho de ter sido presidente do nosso partido há mais de sete anos. Sempre ao lado do presidente Lula, cumprindo missões a pedido dele. E sempre ao lado da nossa militância que nos apoiou e nos encorajou a prosseguir na luta. Essa militância deve voltar a ter voz. Não apenas a cada dois anos nas eleições, mas opinando, sendo consultado e tendo instâncias deliberativas para se manifestar. Sou de uma época em que enfrentamos a ditadura militar e em que as mortes, a tortura e as prisões nos rondavam incessantemente. Então a vida me ensinou que nessa situação que vivemos hoje, com a crise mundial, com o Brasil ameaçado pelo bolsonarismo, não há como recuar, se acovardar, Não há como esmorecer no debate. A direita também é neoliberal. E nem todos são fascistas, mas são capitalistas e contra a classe trabalhadora. Por isso, nessas circunstâncias, eu não tenho como recusar o apelo que recebi da militância, de dirigentes, de parlamentares e de figuras históricas das quais eu tenho muito orgulho de ter o apoio”, ressaltou.

O candidato Edinho Silva afirmou que o resultado do PED ganha importância na conjuntura política, onde o PT tem como missão reeleger o presidente Lula e construir sucessores para manter a disputa no campo político. “Eu quero iniciar dizendo a vocês que esse é o PED mais importante da história do PT. Digo isso caracterizando essa minha afirmação. Nós estamos construindo um PED onde o resultado dele será a construção de uma direção partidária, seja ela nos zonais, onde nós temos zonais, nos diretórios estaduais, municipais, na direção nacional, que terão missões históricas. A eleição de 2026 será a última que o presidente Lula estará nas urnas representando nosso projeto. Representando a nossa construção partidária. Claro que o presidente Lula vai continuar influenciando nos rumos do PT. Mas ele não estará na relação direta de disputa de projeto para nossa sociedade. Quero reproduzir aqui uma frase do presidente Lula que para mim é histórica e emblemática. O sucessor do presidente Lula não será um nome, será o PT. Um PT forte e organizado construirá nomes e processos para que a gente continue disputando os rumos da sociedade brasileira. Mas um PT forte terá que enfrentar também, em 26, uma disputa eleitoral fundamental para os rumos do Brasil. A reeleição do presidente Lula significará a continuidade do nosso processo, não só de ressignificação das políticas públicas destruídas pelo governo Bolsonaro, mas para que a gente dê continuidade a construção do nosso projeto de pais”, destacou.