Altamiro Borges sobre caso INSS: “Tudo começou no governo Bolsonaro e nada foi feito”

25 de abril de 2025

Em entrevista ao Fórum Onze e Meia, jornalista destacou que esquema criminoso teve início em 2019 e foi investigado pelo governo Lula

O jornalista Altamiro Borges esteve no Fórum Onze e Meia desta sexta-feira (25) e comentou sobre o caso de fraudes do INSS que veio à tona após a Operação Sem Desconto, realizada pela Polícia Federal para investigar a aplicação de descontos indevidos no salário de aposentados e pensionistas. Ele destacou que o caso é “gravíssimo” e que começou ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL), como mostram informações do relatório da PF. 

O jornalista afirmou que a apuração precisa ser “rigorosa” e “rápida” e que as punições devem ser “duras”, resultando na prisão dos envolvidos no caso. “É inconcebível roubar grana, descontar de forma irregular grana de aposentado e pensionista, é inconcebível. Então, a punição tem que ser muito rigorosa”, disse. 

Ele ainda acrescentou que o governo federal deve fazer uma reserva para ressarcir todas as pessoas que foram prejudicadas com a ação criminosa. Além disso, também deve se tomar medidas para reforçar mecanismos de controle e transparência em órgãos públicos, segundo Borges. 

“Eu diria que tem quatro questões que são fundamentais e imediatas: apuração rigorosa, punição exemplar, ressarcimento e mecanismos de controle e transparência, para evitar que crimes desse tipo ocorram, porque isso é vergonhoso”, afirmou. 

Borges defendeu que a apuração deve ir ainda mais fundo para identificar a quantia exata que foi descontada – até o momento, a PF estima um valor de cerca de R$ 6 bilhões – e quais as associações realmente envolvidas no esquema. 

“Vergonhoso mexer com a merreca de grana que o aposentado e pensionista recebe no Brasil. É vergonhoso. Acho que nessa apuração tem que ir mais fundo, porque eu também concordo com o Rovai. Tem que ver, realmente, se todo esse valor, isso que você está falando de 6,3 bilhões, foi descontado de forma irregular mesmo, porque você pode ter desconto que foi autorizado e desconto para serviços”, destacou.

“Então, é preciso ver quais são as entidades, como disse o Frei Chico, que são fraudadoras”, afirmou. “É preciso separar o joio do trigo. Há o interesse de uma parte da burguesia brasileira e da sua mídia de atacar o Estado e atacar o movimento sindical e o movimento social”, destacou Borges. 

O jornalista ainda alertou que há um movimento pelas redes sociais que tenta colocar a culpa no governo Lula e, diante disso, ele defendeu que os ministros e parlamentares do governo devem ser “ofensivos” em esclarecer que o esquema ilegal começou no governo Bolsonaro. 

“A nota da Polícia Federal diz que isso vem ocorrendo desde 2019, esse desconto irregular, criminoso, de aposentados e pensionistas. Durante o governo Bolsonaro, não foi feito nada para coibir isso. Nada. A Polícia Federal não foi acionada, Controladoria Geral da República não foi acionada”, ressaltou Borges.

“Ao contrário, os órgãos de transparência durante o governo Bolsonaro foram sabotados. Então, durante o governo Bolsonaro, não se fez nada. No início do governo Lula, a Controladoria já teve a suspeita de problemas e já começou a investigar”, acrescentou o jornalista.

“Então, quem foi atrás do roubo que foi iniciado no governo do Bolsonaro, do neofascista, quem foi atrás do roubo foi o governo Lula. O governo Lula é quem estancou a roubalheira dentro do INSS com aposentados e pensionistas”, ressaltou Borges. 

Por isso, ele declarou que é preciso que o governo seja “muito ofensivo”. “Quem denunciou e quem foi atrás e quem está apreendendo, inclusive bens, é o governo Lula. O governo Bolsonaro não fez nada. Tudo começou no governo Bolsonaro. É preciso que todos os ministros, que todos os parlamentares adotem um comportamento muito ofensivo, com sangue nos olhos, para ir para cima, para deixar essa turma recuada”, completou o jornalista. 

Confira a entrevista completa de Altamiro Borges ao Fórum Onze e Meia
https://www.youtube.com/embed/Ty1-XzCUq_0

FONTE: REVISTA FÓRUM
FOTO: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

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