O que a oposição não diz, no entanto, é que o programa vem promovendo uma verdadeira revolução na economia local de municípios pobres.

Vejamos os números: o Bolsa Família injeta, por ano, no Ceará, R$ 594 milhões, o que, por mês, corresponde a R$ 49,5 milhões. Cada uma das 742.454 famílias cearenses cadastradas nos 184 municípios do Estado recebe, em média, R$ 66,65 por mês. Esse dinheiro aumenta o poder de compra de famílias pobres, aquecendo a economia local.

O governo federal não é conivente com qualquer tipo de uso político-eleitoreiro do Bolsa Família e de seus demais programas. Pelo contrário, existe uma ampla rede de fiscalização desses programas. Cada município, por exemplo, possui um Comitê Gestor, formado, paritariamente, por representantes do poder público e da sociedade.

Existe ainda um convênio do governo federal com Ministério Público, possibilitando que este também fiscalize o programa. Ou seja, qualquer cidadão que se sinta prejudicado pode reclamar junto ao promotor local ou ao Comitê Gestor. E mais, o governo Lula paga, ao município, R$ 6,00 por cada cadastro efetuado, estimulando assim o recadastramento.

Episódios como o de Tarrafas, denunciado pelo O POVO, em que o pagamento do Bolsa Família é feito nos fundos de um mercadinho, devem ser combatidos, pois os beneficiados são induzidos a comprar no local onde recebem o benefício. Por isso, pedi a instalação de uma casa lotérica no município.

O governo federal faz sua parte, dando as condições operacionais para o funcionamento do programa e sua fiscalização. O mínimo que as prefeituras podem fazer é exercer permanentemente esse controle junto com a sociedade.

Artigo publicado originalmente no jornal O Povo em 23/01/2006.