José Dirceu perde mandato na Câmara

1 de dezembro de 2005 José Dirceu perde mandato na Câmara

Deputados da bancada petista consideraram o julgamento político. O parecer foi acatado por 293 deputados; 192 votaram não e oito abstiveram-se de votar. No total, foram 494 votos válidos. Dirceu dará coletiva à imprensa nesta quinta-feira, às 14h30, no plenário 8.

Nesta quarta-feira, antes da votação, José Dirceu disse da sua disposição de continuar na vida pública. “Continuo filiado ao PT”, destacou. O deputado voltou a se referir ao caráter político que motivou o processo contra ele e reafirmou sua inocência. “Sou inocente, não há provas contra mim”, disse. Dirceu lembrou seu passado político de lutas e de lisura. “Acredito no processo democrático, na minha história. Nunca fui processado neste país, tenho as mãos limpas. Nunca fui processado nos meus 15 anos de vida parlamentar. Vou continuar a vida política”, anunciou.

Em seu discurso na tribuna, antes da votação, José Dirceu referiu-se à sua luta contra a corrupção. “Tenho compromisso com a luta contra a corrupção. Digo isso olhando nos olhos de cada um de vocês. Sei que existe corrupção na administração pública federal e encaminhei relatório a respeito aos órgãos competentes”.

Ele negou de forma veemente a compra de votos de parlamentares em troca de apoio ao governo. “Não é verdade que a base de apoio do governo tenha sido montada de forma ilegítima. Não é verdade que houve compra de votos. Não é verdade que passei como rolo compressor sobre ninguém dentro do PT ou dentro do governo”.

História

A cassação de Dirceu deu-se após longa história de luta na Câmara dos Deputados para onde o ex-ministro do governo Lula voltou no final do mês de junho. Ele anunciou então que deixava o cargo para se dedicar a provar sua inocência das acusações das quais foi vítima, de ter operado um suposto esquema de compra de votos de deputados em troca de apoio ao governo.

O principal responsável pelas denúncias contra Dirceu, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), chegou a recuar das acusações que desencadearam todo o processo contra o petista. Tarde demais. O processo já estava instalado no Conselho de Ética e, nem a briga jurídica travada por José Dirceu em vários fóruns, nem as evidências apontadas pelas CPIs instaladas no Congresso Nacional de que não existia o chamado mensalão, reverteram a batalha política já deflagrada e alimentada por vários setores da mídia. Outro agravante foi a proximidade das eleições gerais que acontecem no ano que vem e que acirram a disputa política.

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