Berzoini: Lula foi espontâneo, equilibrado e tranqüilo

8 de novembro de 2005 Berzoini: Lula foi espontâneo, equilibrado e tranqüilo

Essa é a avaliação do deputado federal Ricardo Berzoini (SP), presidente nacional do PT, para quem Lula deveria dar mais entrevistas como a que foi ao ar na segunda-feira (7) à noite.

“O desempenho do presidente Lula neste tipo de situação é muito bom e afasta um pouco este vício que se faz em torno de versões e fatos”, disse ele ao Portal do PT.

Berzoini contou ter gostado, especialmente, do momento em Lula falou sobre as críticas à compra do avião presidencial. “Achei importante ele fazer isso, da maneira mais indignada possível, porque mostra que também ele se sente incomodado quando críticas injustas são feitas”.

Leia abaixo a íntegra da entrevista de Berzoini:

Qual a avaliação que o sr. faz da performance do presidente no Roda Viva?
Foi uma postura aberta de discutir todos os assuntos com espontaneidade. Uma abertura que costuma ser rara entre governantes e que demonstra a tranqüilidade do presidente em relação a seu governo e aos assuntos da crise que nós vivemos.

A mídia costuma apontar um suposto distanciamento do presidente Lula em relação ao PT. Como o senhor analisa o posicionamento em relação ao partido, durante a entrevista?
O posicionamento foi equilibrado. Como presidente da República ele não pode nem pensar com a cabeça do PT, por ser o presidente de uma coalizão, e ao mesmo tempo, como mandatário maior do país, tem responsabilidade com todos os brasileiros, independente de partidos. Apesar disso, manifestou suas posições de maneira bastante franca. Inclusive sobre o esforço do PT de enfrentar os problemas do último período. Ele tem confiança que o PT vai conseguir restabelecer essa imagem pública e política.

O senhor destacaria algum tema específico?
Foi muito bom, quase ao final, o presidente ter manifestado indignação com o tratamento que alguns deram com assuntos como a compra do avião. Acho importante, de vez em quando, que o presidente tenha essa reação humana de indignação. Infelizmente, na política, muita coisa é feita de maneira superficial, e acaba se perdendo a oportunidade de debater com franqueza que, de tempos em tempos, algum presidente vai ter que comprar um avião para se manter atualizado em termos de segurança e conforto. Achei importante ele fazer isso, da maneira mais indignada possível, porque mostra que também ele se sente incomodado quando críticas injustas são feitas.

Muito se falou de um certo alheamento do presidente Lula durante este período de crise política. Ontem, ele se posicionou mais aberta e claramente sobre seu papel e responsabilidades. Qual sua opinião sobre isto?
O presidente da República nunca pode se envolver com o varejo de nenhuma crise política. Aliás, com nenhum varejo. Tem que sempre preservar a instituição. À medida que o presidente tem se relacionado com a crise pontualmente, eu creio que ele faz o papel de estadista. E deixar o varejo da crise para o Congresso Nacional, que é o natural do parlamento: as investigações, as altercações entre partidos e parlamentares. O presidente do país não pode se confundir com isso.

O posicionamento do presidente em relação à mídia tem sido adequado? Ele deveria dar mais entrevistas como essa?
Ele deveria dar entrevistas mais freqüentemente. Acho que o desempenho do presidente Lula neste tipo de situação é muito bom e afasta um pouco este vício que se faz em torno de versões e fatos, porque, com a entrevista, a população pode ouvir diretamente do presidente a sua opinião sobre fatos que chamam a atenção das pessoas.

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