O que há por trás da venda do BEC

7 de novembro de 2005 O que há por trás da venda do BEC

O que antes era apenas uma suspeita finalmente se comprovou: alguns bancos privados “pesos-pesados” interessados na compra do Banco do Estado do Ceará (BEC) e membros do governo estadual estão empenhados, pessoalmente, em derrubar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio de Mello, que proíbe contas públicas de serem administradas por bancos privados. É o que se chama de lobby.

A informação veio à tona após vazamento de e-mail do gerente de investimentos do Banco Fibra, Carlos Alberto Altafim, dirigido a membros da diretoria do BEC. A mensagem diz que “todos estão trabalhando com o propósito de que o julgamento (da decisão do ministro Marco Aurélio) aconteça rapidamente, para que a privatização do BEC ocorra no máximo até o final de dezembro…”.

O e-mail continua, afirmando que “o próprio governador do Estado tem interesse em que isso ocorra o mais rapidamente, para poder colocar a mão em algum dinheiro ainda neste exercício (mandato)”. O Banco Fibra presta consultoria ao BEC para a formação de um clube de investimentos para os funcionários.

Se a decisão de Mello for derrubada, como querem os lobistas, será aberto precedente para que as contas de 7,2 milhões de servidores públicos do país – entre municipais, estaduais e federais – sejam administradas por bancos privados. Só a folha de pagamento do funcionalismo público no Ceará é de R$ 3,2 bilhões/ano, enquanto a da União chega a R$ 61 bilhões/ano. São valores altíssimos, um filé para os bancos, ainda mais considerando-se o potencial enorme na cobrança de tarifas e empréstimos com risco zero com desconto em folha.

É preciso, agora, mais do que nunca, que a população cearense fique atenta, pois está claro o que há por trás do grande interesse de alguns setores da sociedade em privatizar o BEC o mais rapidamente possível.

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