7 de novembro de 2005

Apesar dos partidos políticos brasileiros serem relativamente jovens, é inequívoco afirmar que a convivência com a democracia os têm ajudado a aprender a discutir idéias e projetos de forma mais responsável e cordial, sempre buscando o entendimento, sobretudo, em questões consideradas importantes para o país.

O exercício democrático requer uma grande dose de tolerância e consideração, ainda que, nem sempre concordemos com determinadas opiniões.

Os partidos que fazem oposição aos governos, quer sejam de direita ou esquerda, são indispensáveis à sobrevivência dos regimes democráticos. São responsáveis, por exemplo, pela fiscalização das ações dos governantes e
pela manutenção do contraditório nos parlamentos.

Entretanto, a recente ameaça de agressão fisica feita ao presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, pelo líder do PSDB no Congresso,
senador Arthur Virgílio, revela o despreparo do senador em assumir seu importante papel enquanto líder de um partido de oposição ao governo federal e expõe o discurso autoritário tucano, ainda fundamentado nas velhas práticas coronelistas. Quando faltam os argumentos, a via da agressão parece ser o único recurso.

Lutador de Jiu-Jitsu, o senador Arthur Virgílio não aprendeu a primeira lição da arte marcial que pratica, cujo ensinamento maior é o autocontrole.

Virgílio não poupou palavras ao dizer que “daria uma surra no presidente Lula”. Já o senador Tasso Jereissati (PSDB-Ce), chamou o presidente da Caixa, Jorge Eduardo Mattoso, de “malandro”, durante um depoimento no Congresso Nacional. Aqui no Ceará, o governador Lúcio Alcântara segue a mesma retórica tucana, ao atacar os parlamentares de oposição chamando-os de
“gigolôs de denúncias”.

A lei do bom senso nos ensina que tudo tem limite. É inadmissível que políticos experientes como Arthur Virgílio, Tasso Jereissati e Lúcio
Alcântara dêem um péssimo exemplo à Nação e prefiram a truculência política aos argumentos, para fazer um tipo de oposição que, em nada eleva o nível da política nacional.

A população espera que a classe política engrandeça o debate com idéias e ações propositivas, capazes de modificar a imagem desgastada da política e dos políticos, e não descer ao nível das agressões pessoais. Democracia é saber conviver com as diferenças e aceitar a vontade da maioria. Esta lição
os neo-oposicionistas ainda vão ter que aprender.

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